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Pavimentando o caminho da reeleição

Pozzobom deve buscar novo mandato no pleito do próximo ano
Foto: Janio Seeger (Diário)

Ao observar a produção do materiais institucionais, a prefeitura de Santa Maria tem dado toda ênfase aos recursos provenientes do Finisa - empréstimo milionário junto à Caixa - para a recuperação de vias precarizadas e também aos acessos à zona rural do município. Desde o começo das atividades, em janeiro, após a liberação do recurso de R$ 28 milhões, são mais de 60 textos da assessoria que enaltecem os feitos nessas áreas. É possível dizer que Jorge Pozzobom (PSDB) buscará dar evidência ao enfrentamento da buraqueira da cidade e, claro, nas melhorias aos distritos de Santa Maria para emplacar um segundo mandato.

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Além disso, o Executivo municipal também mira na liberação de um aporte ainda maior: R$ 50 milhões do Avançar Cidades, que daria um ganho considerável à mobilidade da cidade. Porém, neste caso, os avanços não dependem apenas do município - que tem se mostrado eficiente - mas, também, da capacidade financeira da União de liberar o empréstimo.

O legado que Pozzobom tentará mostrar à população obviamente não ficará restrito a isso. O tucano, neste período no comando da prefeitura, contratou mais de três centenas de professores para a rede municipal. Um avanço notório. Ainda que os educadores sejam mal remunerados. A questão da segurança pública, ao menos, é uma das respostas mais efetivas do governo até agora: uma licitação bem encaminhada e que deve promover um amplo cercamento eletrônico da cidade.

Mas há muitos gargalos e problemas que serão difíceis de serem minimizados e, principalmente, explicados. Um deles é o da toxoplasmose. Até hoje, ninguém do município, do Estado, da União e da Corsan deu qualquer resposta a um questionamento que passou a ser feito desde então: é seguro tomar água da torneira em Santa Maria? Nem o próprio prefeito, que chegou a menosprezar o surto, no começo, foi capaz de dar essa resposta.

Ainda que o Hospital Regional de Santa Maria seja uma responsabilidade do Estado, Pozzobom se elegeu prometendo colocar a unidade em funcionamento na totalidade. Mas o colossal prédio está longe de ser um ganho para quem depende do SUS. Até porque o Hospital Regional se resume a um elefante branco que funciona precariamente. Sem dizer que é uma caixa-preta em que a imprensa tem informações a conta-gotas (quando as têm).

O fato é que os problemas são, até o momento, maiores do que qualquer vitória pontual do atual governo. Ainda é preciso aumentar o número de equipes ESFs; informatizar e investir mais nos postos de saúde da cidade; desatar o nó (embaraçoso e constrangedor) das creches do ProInfância; empreender em Santa Maria ainda segue sendo moroso e desestimulante; o Restaurante Popular, fechado há três anos, é um selo de ineficiência; a cidade não conta com áreas de lazer atrativas; e o meio ambiente segue tendo papel secundário (o Arroio Cadena até hoje carece de atenção), entre tantos outros gargalos que se fazem presentes (sendo que muitos não são de agora).

Resta saber o que os demais candidatos à prefeitura apresentarão. O fato é que Pozzobom hoje não vê no retrovisor nenhum nome que o assombre. Se a nominata que se avizinha for mantida - com vereadores, ex-mandatários, paraquedistas de toda ordem e tantos outros inexperientes (que apenas servem de balão de ensaio) -, o tucano pode seguir tranquilo fazendo suas lives e postagens em redes sociais.

O ganho talvez menos visível ao público externo, mas que certamente deveria ser evidenciado por Pozzobom, é que ele tem uma equipe com secretários, em sua maioria, técnicos e com capacidade de resolver e de entregar resultados eficientes. Se não o fazem mais, é por questões políticas.  

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